Pegue uma xícara de café, acenda um cigarro e se acomode
confortavelmente que agora vou elucidar como se dará a construção de nossas
crônicas cinematográficas. O objetivo do Projeto [cinescrito] é
divulgar e compreender melhor a obra e a técnica aplicada a produção
audiovisual e o que a cerca. Fazendo uma apreciação crítica do conteúdo, de
maneira a contextualizá-lo dentro de uma realidade maior. Aqui neste
site/blog/multimídia cada autor possui um estilo próprio de texto e sua
respectiva linguagem, contudo, seguimos um modo de construção para que haja uma
produção uniforme, organizada e disciplinada.
O primeiro passo que damos é assistir ao filme, mais de uma
vez, pois na primeira sessão, avaliamos como espectador absorvendo e sendo
absorvido pela obra; já na segunda assistida nos distanciamos para observar
pormenores como a condução da narrativa, o desenvolvimento das personagens e a
aplicação da técnica cinematográfica na produção. Esses detalhes ficam mais
claros à segunda, ou, até mesmo, à terceira vista.
O segundo passo temos a construção da crônica
cinematográfica. A crônica tem que ter começo, meio e fim. Obvio, mas nem
tanto, tomando da linguagem cinematográfica podemos dizer que são o primeiro,
segundo e terceiro ato. Para facilitar, digamos que sejam parágrafos no
primeiro temos a introdução/apresentação, no segundo o desenvolvimento do
conflito e no terceiro a conclusão/resolução. Uma crônica é baseada em acontecimentos
comuns do cotidiano, observando um evento; apresentando notícias ou coisas
particulares do autor com intenção de criticar fatos sociais, expressar
sensações e refletir. Resumindo: Apresenta uma visão crítica.
Neste momento além de devermos ter o domínio da linguagem
cinematográfica também temos que ter o da linguagem literária, pois nossa
proposta não é apresentar apenas uma analise tecnicista, mas produzir conteúdo
que dialogue com o espectador leigo ou não. Fazendo literatura.
Partimos para a escrita no terceiro passo: Organizamos as
informações numa ordem lógica e clara definindo a natureza do escrito no
primeiro paragrafo. Na primeira parte da crônica escolhemos o fato que chame a
atenção e desperte o interesse do próprio autor e do publico. Precisamos ter
conhecimento sobre este tema, e ter opiniões sobre ele, e colocá-las no texto,
está é a principal característica de uma crônica. Quando começar a escrever, é
importante que sempre se deixe bem clara a sua opinião relacionando o tema ao
autor. Nos colocamos na situação sobre a qual estamos falando, e como nos
sentimos diante disso. Basicamente introduzimos o assunto abordando um tema
tratado na história, de maneira geral.
No quarto passo vamos
certificar de que a tarefa seja a elaboração de uma resenha crítica, o que nos
permite agora, aprofundamento. O que nos joga no segundo paragrafo, onde com
cuidado para não expor apenas nossos pontos de vista, descrevemos, opinamos e
desenvolvemos. Aqui trazemos nossas bagagens de outros títulos assistidos do
mesmo diretor ou de outros autores que dialogam com a produção que está sendo
resenhada na crônica para traçar um comparativo. Também ficamos atentos aos
detalhes para enriquecer nossa própria história, por exemplo, mesmo que não se
trate de uma história de época, pesquise sobre o contexto histórico e avalie se
a trama é fiel àquele período. Todo trabalho artístico é realizado com um
propósito, até mesmo produtos do meio industrial. Tente conhecer as intenções
por trás da obra. A partir do tema escolhido explique como ele é apresentado na
ficção, assim como você tem que fazer em sua própria crônica de forma
dialética. Mencione o diretor ou o roteirista, aspectos de enredo, cenografia,
figurino ou trilha sonora, se forem relevantes para os seus argumentos e sobre
o que se trata de sua crônica.
No quinto passo temos o terceiro paragrafo da crônica, onde
fazemos observações sobre o ponto de vista de outras pessoas, e se for o caso
apontamos, enfim, uma solução. Sendo claro e objetivo. Aqui não é nosso papel
dizer se a obra é boa ou ruim, dar uma nota ou não, cabe nós descrever quais
são os elementos de destaque e os pontos positivos e negativos para que assim,
o leitor tire suas próprias conclusões. O papel de nossa crônica
cinematográfica travestida de resenha é expressar uma analise e como ela fala
conosco e com o nosso leitor/espectador, a construir um movimento dialético.
Pois um filme não acaba quando termina, a discussão continua.
Para terminar, esse tipo de texto utiliza um documento
audiovisual como fonte. Portanto, durante sua narrativa deve-se referenciá-lo.
Identifique nome do diretor e do roteirista, ano, tempo de duração da película
e outros dados como referências bibliográficas ao fim do texto.
Quanto mais conhecermos sobre o produto resenhado, mais
elementos para discussão teremos, então vamos continuar estudando e escrevendo.
Sempre.
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