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Uma Ilha em 54 ou o Brasil de 2020? - O Senhor das Moscas

O Senhor das Moscas/MGM/Divulgação
Uma ilha em 54 ou o Brasil de 2020? - O Senhor das Moscas
A história é simples, um grupo de crianças sobrevive a um acidente de avião, contudo, em uma ilha deserta tentam sobreviver sem se mata uns aos outros. Imagine você, numa ilha deserta qual seria sua escolha:
 Matar a fome ou preservar seus valores?
Ao ver o senhor das moscas é impossível não traçar um paralelo daquela ilha no passado com o nosso Brasil de hoje, pois assim como chimpanzés, quando necessitados, nós seres humanos também nos tornamos agressivos, jogando merda ao social e mirando o manda quem pode e obedece quem tem juízo. Quando tinha a mesma idade das crianças da história, um garoto se juntou com um grupo para me ameaçar, queriam se impor pela força para me subjugar, Diego queria me atacar com seu grupo, ele era novo na escola e queria criar uma imagem de badboybadboy era a marca do caderno que ele usava, num dia ele veio para me agredir enquanto eu saía da escola com minha irmã, eles me cercaram e Diego me deu uma voadora nas costas, perdi o equilíbrio e cai com uma puta dor, é como digo:
 Crianças podem ser cruéis.

E é isso que esse filme nos mostra, a crueldade da nossa sociedade refletida ali, em meninos que se cagam por esquecerem de ir ao banheiro, tal qual nosso atual governo, com um jogo de câmera simples, focado em belas paisagens no clássico: Comum. A película mostra objetividade em seu roteiro com boas atuações, boas no que ao menos pode se esperar de crianças atuando, e clichês como menções de praxe ao tradicionalismo americano contando histórias de terror em volta da fogueira ou assistir Alf, O Eteimoso em determinada hora às segundas-feiras. Em sua cinematográfica básica e com um toque seco, O Senhor das Moscas tem roteiro de Jay Presson Allen de Nasce Uma Estrela (1976), dirigido por Harry Cook de O Último Selvagem e é produzido por Lewis Mentland Allen de Fahrenheit 451, o filme é uma adaptação do romance vencedor do Nobel de literatura em 54 de William Golding, no elenco nenhum nome de destaque, temos Balthazar Getty que apareceu em Assassinos Por Natureza (filme mencionado no Três Minutos Podcast #11 ) Danuel Pipoly que apareceu em 3 Ninjas Em Apuros e, Chris Furrh que fez apenas um outro filme. A atuação mirim vale destacar que surge sem forçar, sem diálogos ensaiados, tudo soa muito natural, o que é de se assustar.

Cartaz por  Chuck
A trama se desenrola em um terror psicológico nesta ilha deserta e à primeira vista sem perigo, onde a princípio os jovens implantam um sistema democrático e o grupo como um todo escolhe o melhor para si, mas com a falta de comprometimento de alguns a democracia, como em qualquer lugar ela dura pouco. Logo após uma cisão do grupo, parte dos garotos começa a se tornar cada vez mais “primitivos”, ignorando a norma social, visando apenas o encher da barriga e oprimir aqueles que se opõem, enquanto o outro grupo preza pela racionalidade perante a situação.  


Nesse ponto podemos ver que não é diferente do atual momento político que vivemos em nosso país, um grupo político chega ao poder disseminando medo, desinformação e pregando ódio. Com lanças, fogo e muito instinto animal o grupo “primitivo” avança pelo domínio da ilha, usando como arma o medo e violência, até que o famoso pensar do “só há lugar para um de nós aqui” se intensifica, mas algo surpreendente acontece...
Encontramos o senhor das moscas?
Não sei. Daí eu acredito que você tem que ver o filme.
Ao assistir a obra pela primeira vez quando criança, me lembro de sentir ódio, ao ver como um determinado grupo apenas tira do outro, fiquei incomodado esperando o momento em que ficarão satisfeitos. O que não ocorre.
Quantas coisas mais nós vamos perder para que a selvageria se engrandeça um tanto mais? Quem será capaz de acender uma fogueira que aquece a esperança de um resgate? Assim como em 1954, quando o livro foi escrito, hoje nessa ilha chamada Brasil, os primitivos saqueiam, matam usam do medo sua maior arma, vide a ignorância de um determinado presidente que em muito parece tirar sua política do próprio antagonista do filme, uma criança de treze anos.

Perdemos tudo, só não perdemos a fome, então pergunto novamente:
 Matar a fome ou preservar seus valores?
Eu acredito que todo aquele que se ergue na opressão tem que cair, no relato que fiz acima o garoto que queria me atacar com seu grupo veio para me agredir enquanto saia da escola com minha irmã, eles me cercaram e Diego me deu uma voadora nas costas, perdi o equilíbrio e caí, ao me levantar apenas me virei e dei um tapa na cara dele, cego pelo ódio pude sentir a sucção de sua orelha prender a palma de minha mão no seu crânio, com a força do impacto o cara desequilibrou e bateu com o outro lado do rosto em um muro de reboco chapiscado, cego pelo ódio eu arrastei o rosto dele dando alguns passos e deixando um rastro de pele e sangue pela parede áspera até ele cair, ao se levantar ele correu com os amigos, e nunca mais me perturbaram, é como digo: Crianças podem ser cruéis.
A Minha reação pode ter sido exagerada, mas o efeito surpresa ajudou para amedrontar os arruaceiros da escola, e ela não surgiu apenas por eu ter um problema com minha raiva, mas veio do sentimento de que eu não queria que acontece a mim o que aconteceu com os personagens do filme. Eu devia manter os meus valores de não violência e deixar o outro grupo praticar bullying comigo por Deus lá sabe por quanto tempo? Eu acredito que nós não devemos perder nossos valores, mas também não podemos passar fome, nem deixar qualquer um ou seus seguidores nos ameace.
Assista O Senhor das Moscas... 
E como diria Tim Maia:
 Leia o livro! 
*
Se curtiu o filme, acesse: O Senhor das Moscas

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