Labirinto: A Magia do Tempo/Sony Pictures/Divulgação |
Para o Fim da Infância - Labirinto: A Magia do Tempo
O
caminho adiante, às vezes é o caminho para trás; Em alguns momentos, quando
estou numa sinuca, em um empasse ou basicamente quando preciso resolver algo,
eu me vejo pensando na infância, lembrando das coisas que gostava na época, e
pasmem alguns, ainda gosto. Lembro-me também daquele momento de transição entre
a infância e a adolescência que é sempre muito difícil seja você menino, menina
ou duende. Este é o momento onde nós aprendemos a usar a frase “ISSO É COISA
DE CRIANÇA” e foi mais ou menos nesse período que vi LABIRINTO - A
MAGIA DO TEMPO, filme britano-estadunidense de fantasia com maior numero de
closes indiretos em pênis do que qualquer outro, foi dirigido por Jim Henson de
O Cristal Encantado e produzido por George Lucas de Howard: O Pato, no elenco
temos David Bowie de o Homem que Caiu na Terra e Jennifer Connelly de Agua
Negra, não sabe de qual filme estou falando então você é muito jovem ou não
teve infância, ou ambos devido à conjuntura do momento.
Labirinto: A Magia do Tempo foi rodado em 1986 e não
envelheceu um segundo se quer, ao rever o Labirinto tive a sensação de que ele
foi um teste para os animatrônicos da série A Família Dinossauro e dos filmes
Tartarugas Ninja, mas apesar de bom, bem feito e cultuado o filme não teve uma
boa aceitação do público em sua estreia, dizem até ser este o motivo para
Hanson nunca mais ter voltado a dirigir nenhuma outra película, isso ao meu ver
foi uma tragédia porque execução técnica do filme é impecável, os puppets realmente
parecem estar vivos, o único ponto negativo do filme é a misera cena em que a
protagonista interage com alguns bonecos que arrancam a própria cabeça, o
problema não é a animação do bonecos e sim o estilo dela, pois força a captura
da cena em Chroma Key que ficou com um recorte horrível, assim
como toda infância também tem aquele momento horrível...
Cartaz por Chuck |
Quando
pensamos na infância percebemos que ela é mais que apenas um substantivo
feminino, ela refere-se a um período do desenvolvimento do ser humano, é a
meninice, é onde estamos cercados coisas lúdicas e o mundo criado por Jim
Hanson é muito lúdico, ele te absorve e te leva junto com sua protagonista por
um mundo fantástico e extremamente criativo, as suas referencias estão na cara,
logo no inicio do filme, os livros na estante dão uma deixa do que está por
vir, aliás todos os personagens que aparecem no filme, estão representados no
quarto de Sarah, a protagonista, tente achar estes easter eggs. O
filme tem início quando algumas palavras são ditas sem pensar e geram
consequência inimagináveis para uma jovem garota que acaba enfrentando muitos
perigos num labirinto fantástico, nessa história temos David Bowie, apesar de
vestindo uma roupa de estilo um tanto quanto bem duvidoso ele não perde o
brilho, nem o talento, pois mesmo o personagem não exigindo muito dele, ele tem
uma boa atuação como nosso antagonista, já, Jennifer Connelly supera
às adversidades de interpretar com bonecos e mostra a que veio com uma atuação na
medida certa.
Muitos poderão dizer que O Labirinto é coisa de
criança, mas, na verdade vos digo, é um dos poucos filmes que pode reunir toda
a família sem distinção de idade, além de ser um dos filmes mais lisérgico que
eu já vi, um exemplo dessa lisérgica é um dos personagens que mais gosto, ele é
um cachorro antropomorfizado, vestido de mosqueteiro e tem como sua montaria um
outro cachorro, é um cão montando outro cão, o que é muito divertido, mas o
longa não é só diversão, nos podemos lançar sobre ele diversos olhares críticos,
analisando-o de varias formas e de muito pontos de vista diferentes e assim por
diante, mas o que mais me marcou foi ao final da exibição perceber que o filme
todo é uma transição da infância para adolescência, ao final da narrativa nossa
protagonista é pega num dilema, ela passou por sua jornada e se modificou assim
como o roteiro exigiu dela, e agora transformada ela tem a oportunidade de
continuar na sua jornada deixando as coisas de criança pra trás, e no calor da
emoção ela não escolhe isso, e mesmo assim isso não anula toda a sua jornada,
pois ela usou a sua transformação para fazer a escolha e assim Lancelot teve
sua utilidade como ponto de virada, o filme nós ensina que nada tem poder sobre
nós além de nós mesmos! Então não perca sua infância, ou tente entrar em
contato com ela novamente se já a perdeu, pois a infância vive para sempre, mas
o para sempre não é muito tempo, já que nada é o que parece ser, entende?
*
Se curtiu o filme, acesse: Labirinto - A Magia do Tempo
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